domingo, 1 de março de 2009

A carta extraviada


Enviado em 27/01


Um trago ao poeta

Amigo Poeta,
eis que estou na janela de um prédio qualquer apreciando a beleza dura e concreta do cinza das noites dessa cidade tão conhecida nossa, onde outrora estivemos juntos...
Solitariamente estou alimentando aquele vício que, aqui mesmo, me induzistes a “apreciar”... Um jeito perfeito de lembrar de ti, nossos amigos, nossas andanças. Como estão todos?
Nesse exato momento eu me sinto cansado... muita gente... muitas atividades... Você realmente iria gostar de estar aqui, nos divertiríamos, no mínimo...
A propósito, venho refletindo a respeito do sentido dessa palavra... Diversão... Digamos que ela depende de um amontoado de significados, e às vezes pode ser despido de nenhum...
Minha diversão às vezes depende de palavras, outras vezes de música, outras depende essencialmente de pessoas, e de pessoas específicas...O que me faz concluir que estamos longe de sermos auto-suficientes, dependendo de coisas e pessoas, assim como o trago depende dos pulmões...
Perdoe-me minha falta de rima, ou meu quase sem-sentido, mas ultimamente tenho com figuras bastantes peculiares que me mostraram que a poesia é feita mesmo sem rimas, com as coisas mais simples, mas sem-sentido.
Tomei minha decisão poeta, terás notícias minhas.
Um grande abraço, cheio de saudades,

Desconexo.

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